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GUIA DE ESTUDOS
Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU)
Thyago Henrique
Guiga Freitas
Laura de Castro
Vítor AlvesPrólogo
A Mesa Diretora (Thyago Santos, Guiomar Parzianello,
Laura de Castro e Vitor Alves) apresenta aos delegados o GUIA DE ESTUDOS CSNU
2013, que é de suma importância para o bom andamento do comitê. Aqui contêm
todas as informações prévias que os senhores delegados devem possuir antes do
início das reuniões, sendo a melhor ferramenta de estudo e pesquisa.
Desejamos a todos ótimos estudos e que comece VIII
MINIONU DO COL. ROBERTO CARNEIRO!
INTRODUÇÃO
O Conselho de Segurança das Nações
Unidas é o órgão das Nações Unidas com responsabilidades sobre a segurança
mundial. O Conselho tem o poder de autorizar uma intervenção militar num país e
enviar soldados da paz. É composto por 15* Estados membros, havendo cinco
membros permanentes: os Estados Unidos, a França, o Reino Unido, a Rússia e a
República Popular da China.
As suas funções e atribuições são:
·
Manter a paz e a segurança internacionais de acordo com os propósitos e
princípios das Nações Unidas;
·
Examinar situações controversas ou susceptíveis de provocar atritos
internacionais;
·
Recomendar métodos para o acerto de tais controvérsias ou as condições
para a sua solução;
·
Formular planos para o estabelecimento de um sistema para a
regulamentação dos armamentos;
·
Determinar a existência de ameaças à paz ou atos de agressão e
recomendar as providências a tomar;
·
Solicitar aos Estados membros a aplicação de sanções econômicas ou
outras medidas que não impliquem o uso de força, mas que sejam capazes de
evitar ou deter a agressão;
·
Empreender uma ação militar contra um agressor;
·
Recomendar a admissão de novos membros às Nações Unidas e as condições
sob as quais os Estados poderão tornar-se partes do Estatuto do Tribunal
Internacional de Justiça;
·
Exercer funções de tutela das Nações Unidas nas “zonas estratégicas”.
*Adaptado para a VIII MINIONU Roberto
Carneiro
GUIA DE ESTUDOS
Introdução
RESUMIDO,
ESTUDAR E PESQUISAR MAIS.
1.
Questão da Coréia do
Norte
A
Coréia do Norte é o país mais fechado do mundo, econômica e politicamente. Os
norte-coreanos não podem ler jornais, revistas, ou livros estrangeiros.
Recentemente, foi anunciado que um serviço de internet móvel seria
disponibilizado no país, mas só para estrangeiros. Jornalistas apenas podem
entrar no país com a autorização do governo, que é praticamente impossível de
conseguir. O país também figura em terceiro lugar na lista de 2012 dos governos
mais corruptos do mundo, segundo a organização Transparência Internacional.
Após
a II Guerra, a Coréia do Norte ficou sob a influência da União Soviética. A
divisão oficial do território veio em 1948: o norte como comunista e o sul,
capitalista. Em 1950, o norte invadiu o sul, sob o argumento de ter a fronteira
violada. Queria unificar os dois países sob o regime comunista, ofensiva contida
pelas intervenções militares americanas. Em 1953, um acordo estabeleceu uma
zona desmilitarizada entre as Coréias. Este pacto de não agressão foi anulado
unilateralmente pela Coréia do Norte no início de março, diante da escalada da
tensão com a Coréia do Sul – que considera o armistício* ainda válido. A então
União Soviética continuou ajudando a Coréia do Norte em seu programa nuclear.
Em 1985, o governo norte-coreano aderiu ao Tratado de Não Proliferação Nuclear.
Desde então, a ditadura asiática já prometeu interromper o programa nuclear
clandestino quatro vezes. Nunca cumpriu o compromisso.
Já
a Coréia do Sul se tornou uma zona de influência americana através do mesmo
tratado que fez do norte um estado comunista, em 1948. O país foi apoiado pelos
Estados Unidos durante a Guerra da Coreia (1950-1953). A confirmação de que o
governo norte-coreano manteve um programa secreto para desenvolver armas
nucleares impediu a aproximação pacífica pela Coréia do Sul. A crise se agravou
em 2008, quando o ex-presidente sul-coreano Lee Myung-bak adotou uma postura de
endurecimento das sanções econômicas em relação ao Norte. Em 2010, o Sul foi
atacado duas vezes pelo Norte. Eleita em 2012, a presidente, Park Geun-hye
declarou tolerância zero às provocações de norte-coreanas.
*
Armistício é a ocasião na qual as partes envolvidas num conflito
armado concordam com o fim definitivo da guerra. É o instante anterior ao tratado de paz. A palavra deriva do latim: arma (arma) e stitium (parar).
1.1. Testes nucleares e atuais ameaças
A Coreia do Norte realizou seu primeiro teste nuclear em julho de 2006, que foi seguido de novas sanções econômicas ao país por decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O segundo teste foi anunciado em maio de 2009, já no governo Barack Obama. Mais uma vez, a ação foi seguida de um pacote de sanções aprovado pela ONU. Em 12 de fevereiro de 2013 o regime de Kim Jong-un anunciou o terceiro teste nuclear da história do país. Três semanas depois, o Conselho de Segurança aprovou por unanimidade uma resolução impondo mais sanções ao país. A partir daí, o governo de Kim Jong-un deu início a uma série de ameaças contra os americanos e a Coreia do Sul, prometeu expandir seu programa nuclear e reativar instalações atômicas que estariam fechadas desde 2007. Especialistas americanos ponderam, no entanto, que a Coreia do Norte não teria como atingir o território continental americano.
Nos últimos anos, a ONU exigiu que a Coréia do Norte prossiga com as negociações diplomáticas com a Coréia do Sul, Japão, EUA, Rússia e China, mas a insistência norte-coreana em manter seu programa nuclear impossibilitou qualquer tentativa de acordo. No último mês, diante das ameaças de guerra de Kim Jong-un contra Coréia do Sul e Estados Unidos, a Rússia se afastou de seu tradicional aliado e afirmou que as iniciativas de Pyongyang no âmbito nuclear bloqueiam de fato uma retomada das negociações multilaterais. Já a China chamou as partes envolvidas na crise a terem calma e moderação, e disse que decisões provocativas devem ser evitadas. O país recebeu apelos de vários países para tentar apaziguar a situação.
A nova presidente sul-coreana, Park Geun-hye, declarou que o mais recente teste nuclear realizado pelo norte “é um desafio para a
sobrevivência e para o futuro do povo coreano”.
1.1.1
Questão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear
Tratado de Não
Proliferação de Armas Nucleares (TNP) é um instrumento firmado em 1968
por uma série de nações, e em vigor desde março de 1970, e que visa impedir a
proliferação da tecnologia utilizada na produção de armas
nucleares,
bem como realizar a promoção do desarmamento nuclear,
encorajando apenas a utilização pacífica de tal tecnologia.
Até
o presente momento, 189 países aderiram ao TNP, sendo exceção Israel,
Paquistão, Índia e Coréia do Norte (este último havia aderido ao tratado,
retirando-se mais tarde, em 2003).
A questão principal a ser enfrentada é a do
desequilíbrio entre os signatários. De um lado, as grandes potências como
Estados Unidos, Rússia (União Soviética, à época de assinatura do tratado),
Reino Unido, França e China, que são também os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, e no
momento em que assinaram o tratado já possuíam avançado programa nuclear, tanto
pacífico quanto bélico. O TNP permitiu que estes cinco permanecessem com o
aparato que já dispunham, comprometendo-se a não partilhar os conhecimentos
tecnológicos, ou fornecer armamento a terceiros que não possuíssem a
tecnologia. Do outro lado, os países que até 1967 não tivessem desenvolvido
armas nucleares ficavam comprometidas a não elaborar qualquer programa nesse
sentido, abrindo mão da tecnologia nuclear para fins bélicos. Essa
"divisão" estabelecida pelo tratado impediu que por muitos anos
várias nações fossem compelidas a ratificar* o TNP, por não concordar com tal
divisão criada.
O arranjo diplomático que se estabeleceu para que
o tratado gradualmente obtivesse a aprovação de quase a unanimidade das nações
do globo era de que, à medida que os não detentores de tecnologia nuclear fossem
aderindo ao tratado, as grandes potências nucleares iriam abrindo mão de seu
arsenal em etapas, em processo similar ao que ocorreu com as armas
bacteriológicas.
1.1.1.1
Crise e Coréia do Norte
Os
novos poderes da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) - fiscalização
nos países signatários - provocaram uma
crise com a Coréia do Norte em 1993: o país, que tinha se juntado ao tratado em 1985, ameaçou se retirar. Os norte-coreanos iniciaram o
período de 90 dias de aviso prévio exigido dos signatários que desejam se
retirar, mas foram persuadidos pelos Estados Unidos a suspender esse
movimento um dia antes do fim do prazo. De acordo com a AIEA, esse aviso prévio de 1993 não teria validade. Um
porta-voz da agência disse à BBC que, do ponto de
vista legal, a Coréia do Norte teria que informar a todos os outros signatários
e ao Conselho de Segurança da ONU sobre suas intenções
de se retirar do tratado, antes que o período de aviso prévio começasse a ter
validade.
O programa de energia
nuclear do Irã é usado como pretexto para os Estados Unidos
alegarem que o país desenvolve capacidade nuclear militar, o que tem provocado
tensão crescente no Oriente Médio, apesar das declarações do governo do Irã de que o programa destina-se ao
fornecimento de energia e uso científico - não para fins bélicos.
Israel, que desenvolveu tecnologia nuclear
suficiente para fabricar armas nucleares, é citado pelo instituto como detentor de capacidade atômica
militar. Segundo David Albright, em fins de 1995 Israel possuía 460 kg de plutônio,
a Índia possuía 330 kg e o Paquistão,
210 kg de urânio altamente enriquecido. Esses estoques
estão fora do controle internacional e admite-se que sejam parte dos programas
nucleares de cada um desses países.
*Ratificação: processo pelo qual uma legislação ou tratado passa a ter efeito legal; Confirmar;
tornar lei regente no país.
2.
Questão da guerra civil
na Síria
Durante a onda da Primavera Árabe, que teve
início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar
contra o governo do ditador Bashar Assad. Desde então, os rebeldes enfrentam
forte repressão pelas forças de segurança. O conflito já deixou dezenas de
milhares de mortos no país, de acordo com levantamentos feitos pela ONU. Em
junho de 2012, o chefe das forças de paz das Nações Unidas, Herve Ladsous,
afirmou pela primeira vez que o conflito na Síria já configurava uma guerra
civil. Dois meses depois, Kofi Annan, mediador internacional para a Síria,
renunciou à missão por não ter obtido sucesso no cargo. Ele foi sucedido por
Lakhdar Brahimi, que também não tem conseguido avanços.
O impacto do conflito na Síria pode afetar várias gerações e ameaçar a segurança em todo o
Oriente Médio, adverte a comissão da ONU que investiga a situação no país, em
um relatório no qual acusa os dois lados do conflito por crimes de guerra.
"A profundidade da tragédia síria se reflete de maneira dolorosa no número
de vítimas. As experiências atrozes relatadas pelos sobreviventes revelam
violações dos direitos humanos, crimes de guerra e crimes contra a
humanidade", afirma o texto. "A dinâmica destruidora da guerra civil
coloca em risco as futuras gerações e ameaça a paz e a segurança em toda a
região", completa. O
conflito na Síria continua causando sofrimento humano e destruição imensurável.
Dados compilados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos
Humanos (ACNUDH) indicam que pelo
menos 70 mil pessoas foram mortas desde março de 2011, quando começou o
levante contra o presidente Bashar al-Assad.
A
estimativa é que mais de 4 milhões de pessoas necessitem de assistência
humanitária urgente, incluindo mais de 2 milhões de deslocados internos. Até 8 de abril, o número de refugiados
sírios no Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e Turquia era de aproximadamente 1,3
milhão – com cerca de 7 mil novos registros pro dia.
Cerca de 1,2 milhão de famílias tiveram suas
casas atingidas de acordo com a Comissão Econômica e Social para a
Ásia Ocidental (ESCWA). Cerca de 400 mil delas foram completamente destruídas,
300 mil parcialmente destruídas e 500 mil sofreram danos de infraestrutura.
A Agência
das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) estima que
400 mil palestinos refugiados na Síria (80%) precisem de assistência urgente.
Cerca de 180 mil deles tiveram que fugir de Damasco por causa dos bombardeios e
confrontos nos arredores.
O denso
deslocamento populacional e a higiene precária aumentam o risco de piolhos,
sarna, leishmaniose, hepatite A e outras doenças infecciosas. A Organização
Mundial da Saúde (OMS) está monitorando a situação e oferecendo tratamento em
diversas áreas do país. A estimativa é de 2,5 mil casos de febre tifoide em
Deir Ez-Zor e 14 mil de leishmaniose em Hassekeh.
Muitos
hospitais estão sem remédios essenciais como insulina e antibióticos. Também
estão em falta equipamentos e suprimentos para anestesias e cirurgias. Acabaram
também os estoques do Ministério da Saúde para tratamentos de queimados e
feridos em unidades de terapia intensiva.
A OMS e o
UNICEF estão trabalhando em campanhas de prevenção e fornecimento de kits
laboratoriais para diagnóstico de hepatite A, além da aquisição inicial de 400
mil doses de remédio contra leishmaniose e medicamentos suficientes para tratar
6 mil casos de febre tifoide.
Para
purificar a água e ajudar na prevenção das doenças, o UNICEF distribuiu
aproximadamente 240 toneladas métricas hipoclorito de sódio para cerca de 20
mil pessoas em Aleppo, Ar-Raqqa, Damasco, Hama, Homs, Idleb e Damasco Rural.
O apuro
das pessoas atingidas pela violência é ampliado pela falta de comida, água,
combustível e a chegada do inverno rigoroso. Há cortes prolongados de luz em
diversas áreas do país e o acesso a atendimento médico é severamente limitado.
A insegurança está impedindo o acesso de muitas pessoas a serviços e produtos
de necessidade básica.
3.
Reformulação do
conselho
Os cinco
membros permanentes do Conselho de Segurança são aqueles considerados
vencedores da II Guerra Mundial (1939-1945) e que lutaram como aliados contra o
eixo formado por Alemanha, Japão e Itália. Ao final do conflito, Estados
Unidos, União Soviética (substituída pela Rússia), China, Reino Unido e França
assinaram a Carta das Nações, em São Francisco, e se tornaram membros fixos do
grupo. Diversas propostas tentam estabelecer um critério para a escolha das
nações que, eventualmente, virão a ocupar outros assentos permanentes. Uma
delas consiste em acrescentar ao colegiado dois países industrializados e três
em desenvolvimento, além de um da África, um da Ásia e outro da América Latina.
Outra ideia é atribuir vagas permanentes relativas a regiões do globo e/ou a
culturas e religiões (Sul-americanos, Africanos, árabes, etc.)
Até
agora, os países concordam que o número de participantes deve aumentar e, para
isso, apresentaram várias propostas. Diplomatas descreveram o fato como
"histórico", dizendo que isso aumenta a possibilidade do Conselho se
tornar maior e mais representativo no século XXI.
Uma proposta
recente - que, segundo os diplomatas, tem amplo apoio dos estados-membros -
seria a adição de sete novas cadeiras ao Conselho de Segurança. Entre os
candidatos, estão Brasil, Turquia, Egito, México, Japão, Alemanha, Índia e uma
nação africana ainda a ser escolhida.
Entenda mais no site http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/conselho-seguranca-onu/index.shtml
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