Grupo afirma se atentar aos afeitos negativos de esforços imensos de estímulo monetário
As autoridades
financeiras do G20, grupo que reúne as principais economias do mundo, disseram
nesta sexta-feira (19) que não precisam estabelecer metas rígidas para a
redução dos níveis das dívidas nacionais, e disseram que atentarão para os
efeitos negativos de imensos esforços de estímulo monetário, como o caso do
Japão.
O ministro das Finanças
da Rússia, Anton Siluanov, disse em coletiva de imprensa que autoridades do G20
acreditam que redução do nível geral de dívida é mais importante do que dados
específicos.
"Acertamos que
esses serão parâmetros mais flexíveis, serão algum tipo de objetivos e metas
estratégicas que possam ser alteradas ou ajustadas, dependendo das situações
específicas nas economias nacionais", disse ele.
Em um comunicado
divulgado após a reunião de dois dias, o G20 disse que estará
"atento" a possíveis consequências de estímulos monetários de duração
extensa. Bancos centrais têm inundado suas economias com recursos baratos para
tentar impulsionar o crédito e o consumo, mas isso gerou temores sobre fluxos
excessivos de capital, particularmente direcionados a nações emergentes.
Siluanov disse que o
G20 acertou que é necessário intensificar o monitoramento das consequências do
programa japonês de 1,4 trilhão de dólares anunciado mais cedo neste ano.
As reuniões do G20
foram dominadas por discussões sobre a problemática zona do euro, disse
Siluanov, onde fortes medidas de austeridade fracassaram em afastar a região do
torpor econômico. A natureza da discussão preocupou algumas autoridades de
outros países.
"Deveria ser uma
reunião do G20, mas por um momento achei que fosse uma reunião do G7. Tudo que
ouvimos foi quão doente está a Europa e como muitos países do mundo foram
bastante afetados por isso", disse o ministro das Finanças da Índia, P.
Chidambaram, que falou no Peterson Institute em Washington.
"Eles têm uma
política monetária muito acomodativa. Eles estão fazendo todo o necessário para
salvar economias que parecem estar caindo uma após a outra."
Metas mais flexíveis
para dívida
Houve certo desacordo
sobre a necessidade de metas específicas para reduzir a dívida. Os Estados
Unidos e o Japão não se comprometeram com um nível-alvo de dívida sobre Produto
Interno Bruto (PIB). A Rússia --que preside o G20 neste ano-- esperava
assegurar um acordo sobre metas até a próxima reunião do G20 em São Petersburgo
em setembro.
As maiores economias do
mundo estão repensando o ímpeto de austeridade, que foi dominante nos últimos
anos. O argumento a favor de austeridade foi golpeado pela fraqueza das
economias que implementaram medidas severas para reduzir os déficits fiscais,
incluindo a Grã-Bretanha, que caminha para sua terceira recessão nos últimos
cinco anos.
A Fitch reduziu o
rating de crédito da Grã-Bretanha na sexta-feira para "AA+", citando
expectativas de que a dívida geral do governo vai aumentar para 101 por cento
do PIB até 2015-2016 devido a fraco crescimento econômico.
Siluanov também disse
que é necessária maior coordenação com o Fundo Monetário Internacional (FMI)
para questões de liquidez global, com recomendações esperadas até julho.
Ministros do G20
solicitaram que o Comitê de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês)
supervisione o trabalho de reformulação das taxas de juros referenciais de
curto prazo, como a Libor, após o escândalo de manipulação de taxas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário