O número de pessoas na
África que recebem tratamento antirretroviral aumentou de menos de um milhão
para sete milhões ao longo de sete anos, de acordo com o relatório “Atualização
sobre a África”, realizado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre
HIV/Aids (UNAIDS). O documento foi publicado nesta terça-feira (21) e avalia o
progresso atual na resposta à AIDS no segundo maior continente do mundo.
A cobertura do
tratamento antirretroviral no continente aumentou de menos de 1 milhão de
pessoas em 2005 para 7,1 milhões em 2012, com quase 1 milhão de beneficiados no
ano passado. As mortes relacionadas com a AIDS na região também foram reduzidas
em 32% entre 2005 e 2011.
O estudo atribui o
progresso no combate ao HIV à forte liderança e responsabilidade compartilhada
na África e entre a comunidade global. O lançamento do relatório foi realizado
propositalmente junto ao início da 21a Cúpula da União Africana, que segue até
27 de maio em Adis Adeba, capital da Etiópia, e celebra os 50 anos da criação
de uma unidade no continente.
“Ao comemorar 50 anos
da unidade africana, vamos também celebrar as conquistas que a África tem feito
na resposta ao HIV e renovar o avanço para que as futuras gerações possam
crescer livres da AIDS”, disse o diretor executivo do UNAIDS, Michel Sidibé.
O relatório afirma que
16 países — África do Sul, Botsuana, Gabão, Gana, Gâmbia, Maurício, Moçambique,
Namíbia, Ruanda, São Tomé e Príncipe, Seicheles, Serra Leoa, Suazilândia,
Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue — agora garantem que mais de três quartos das
mulheres grávidas que vivem com o HIV recebam medicamentos antirretrovirais
para prevenir a transmissão para seus filhos.
69% das pessoas vivendo
com HIV estão no continente
Apesar da evolução
positiva, a África continua a ser mais afetada pelo HIV do que qualquer outra
região do mundo, com 69% das pessoas vivendo com HIV no planeta. Em 2011, ainda
havia 1,8 milhão de novas infecções pelo HIV em todo o continente e 1,2 milhão
de pessoas morreram de doenças relacionadas com o vírus.
De acordo com o estudo,
em 2011, 34 milhões de pessoas estavam com HIV no mundo, sendo que apenas 50%
sabem sobre sua situação. Do total global, 23,5 milhões viviam na África
Subsariana, com a maioria vivendo na África do Sul (5,6 milhões).
Atualmente, 58% das
pessoas com HIV na região subsariana são mulheres e meninas. Nesta mesma região
vivem 92% de todas as mulheres grávidas com HIV no planeta.
O investimento
doméstico no combate à AIDS na África quase que dobrou de 2008 para 2011.
Porém, a ajuda internacional permanece essencial para países com baixa renda e
alta prevalência de HIV. Em 35 países africanos, o apoio dos doadores mundiais
conta por mais da metade dos investimentos relacionados à doença.
O documento analisa o
combate ao HIV por meio de outros setores, como a arte e a cultura,
especialmente no trabalho do escultor ganês El Anatsui e do músico maliano
Toumani Diabaté, e também no esporte, quando mensagens de combate ao vírus
foram divulgadas em jogos de futebol da última Copa Africana de Nações e por
meio dos torneios de críquete.
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