O
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou nesta sexta-feira que os últimos
projetos de colônias israelenses em territórios palestinos violam
as leis internacionais e comprometem as perspectivas de paz na região.
Segundo o
porta-voz Martin Nesirky, Ban está "muito preocupado com a continuação da
colonização israelense na Cisjordânia "em violação das leis
internacionais" e pede que Israel "congele suas atividades de
colonização e respeite os compromissos contraídos dentro das leis
internacionais e do Mapa da Paz" em relação a um acordo de paz com os
palestinos.
A
imprensa israelense informou que o governo quer construir centenas de novas
casas nas colônias do norte da Cisjordânia.
De acordo
com o jornal Jerusalem Post, além da construção de 538 novas casas na colônia
de Itamar, na semana passada foi transmitida às autoridades locais uma demanda
para legalizar 137 residências.
O jornal
Haaretz cita 537 novas casas e a possibilidade de legalizar outras 130.
O
Jerusalem Post também informa sobre a possível construção de 550 casas em
Brunchin, uma colônia não autorizada pelo governo de Israel mas que foi
legalizada retroativamente em abril de 2012.
A
colonização é o principal ponto de bloqueio do processo de paz entre Israel e
os palestinos. Os palestinos pedem uma moratória como condição para voltar à
mesa de negociações, mas Israel rejeita qualquer tipo de condição prévia.
A
comunidade internacional considera ilegais todas as colônias nos territórios
palestinos ocupados, independente de terem sido autorizadas ou não pelo governo
israelense.
Mais de
360.000 colonos israelenses vivem na Cisjordânia e quase 200.000 nas zonas de
colonização de Jerusalém Oriental.
O anúncio
de novas residências nas colônias coincide com os esforços nas últimas semanas
do secretário de Estado americano, John Kerry, para reativar o processo de paz.
A ONG
israelense contrária à colonização Paz Agora afirmou que sabia que as
conversações sobre Itamar aconteciam há algum tempo, mas que está surpresa com
a magnitude do projeto em Bruchin, que multiplica por 10 o tamanho da colônia,
que tem atualmente por volta de 50 residências permanentes.
A
Autoridade Palestina exige como condição prévia para a retomada das negociações
de paz o congelamento total da colonização, assim como que o governo israelense
aceite as fronteiras de 'fato', anteriores à ocupação pelo Estado de Israel, em
1967, de Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental.
"Consideramos
que as novas decisões sobre as colônias israelenses na Cisjordânia provocarão o
fracasso dos esforços do governo americano", afirmou Nabil Abu Rudeina,
porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.
"Esta
política de construção de colônias não levará à paz, e sim provocará tensão e
instabilidade em nossa região e no mundo", completou.
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